Um investimento massivo em educação voltado ao mercado de trabalho. É o que promete o programa "A Indústria Pela Educação", lançado pelo Sesi – Serviço Social da Indústria e pela Fiergs – Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul. Com aporte de R$ 300 milhões, as duas instituições preveem a construção de seis escolas de Ensino Médio em tempo integral e 25 novas unidades de contraturno escolar.
Com previsão de inauguração para este ano, o primeiro investimento visível será o Instituto de Formação de Professores, que ficará sediado em Porto Alegre.
O anúncio do programa "A Indústria Pela Educação" foi feito na sede da Fiergs durante reunião-almoço nesta quarta-feira (25). A data escolhida, Dia Nacional da Indústria, é simbólica: representa um movimento do setor que busca formar novos profissionais. A necessidade surgiu a partir de uma observação dos próprios empresários, que apontam déficit de profissionais qualificados no Estado.
Cidades da região contempladas pelo programa:
A falta de profissionais qualificados foi apontada pelo presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, como o principal motivador para o investimento em uma área que não seria de responsabilidade direta do Sistema S. “O primeiro passo para o desenvolvimento industrial é dispor de uma educação de qualidade.”
De acordo com as previsões, as escolas de ensino médio devem entrar em funcionamento em 2025. Lajeado será a primeira a cidade a receber a nova instituição de ensino, já Novo Hamburgo ainda precisa definir um local para a instalação.
Todo recurso previsto para os investimentos é proveniente da contribuição ao Sistema S, recurso que chegou a ser cortado em 50% em 2020 e já foi alvo de críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Durante a apresentação, Petry deixou claro que um novo corte abrupto pode inviabilizar o projeto. “Só não pode o ministro Paulo Guedes cortar recursos do Sistema S”, declarou em tom de preocupação. Mais tarde, falando com a imprensa, o presidente da Fiergs se mostrou mais otimista. “O Lula e o Bolsonaro, ou qualquer outro que venha a ganhar, não são loucos de abrir mão do Sistema S”, afirmou ele, fazendo a ressalva que “loucos” seria uma palavra muito forte.