O censo, pesquisa para saber quem são e como vivem os brasileiros, começou. Adiado em 2020, por causa da pandemia, desde a segunda-feira, dia 1º, recenseadores estão nas ruas e passarão em mais de 45 mil endereços na região, sendo cerca de 22 mil em Gramado e 23 mil em Canela, nas áreas urbanas e rurais.
O coordenador censitário de Subárea da agência do IBGE em Canela, José Roberto de Santana Gomes, destaca que um novo processo seletivo aconteceu durante esta semana para preencher os postos disponíveis e que mais podem ser abertos, de acordo com a necessidade.
A expectativa é que a coleta dos dados esteja finalizada em outubro, contudo, devido à falta de pessoal, pode ser estendida por mais um período.
Raissa Govoni, de 18 anos, é uma das recenseadoras de Gramado. A jovem decidiu participar do processo seletivo após sair do emprego, pela possibilidade de uma renda com o trabalho temporário.
Uma das casas visitadas foi a da Maria de Oliveira, de 64 anos, que auxiliou com os dados necessários. "Foi bem rapidinho", conta. O cartunista Volnei Rodrigues, de 66 anos, também tirou alguns minutos do dia para responder as perguntas.
Em 2022, são dois tipos de questionário: o básico, com 26 quesitos, que pode ser respondido em torno de cinco minutos, e o questionário ampliado, com 77 perguntas, que vai ser respondido por cerca de 10% dos domicílios, escolhidos de maneira aleatória, e leva cerca de 16 minutos.
Com o questionário básico, será possível conhecer as características das casas brasileiras, informações sobre os moradores, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento, mortalidade. Já o questionário da amostra, além dos blocos contidos no questionário básico, investiga também trabalho, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo ou trabalho e autismo.
O IBGE solicita os dados da pessoa que prestou as informações, como telefone e e-mail. Qualquer pessoa, acima de 12 anos e capaz de fornecer as informações, pode responder ao recenseador por todos os demais moradores do domicílio. Ou seja, apenas um responderá por todos os residentes.
Uma das dificuldades da coleta apontada por José é em condomínios e prédios, que barram a entrada dos recenseadores. “Mesmo confirmando a identidade é bem complicado, uma das pedras no nosso sapato”, explica. “Estamos fazendo um processo de sensibilização com as administradoras, zeladores e porteiros sobre a importância da operação”, descreve.
“É importante que todo mundo participe, dedicar apenas alguns minutos a cada dez anos. A pesquisa está totalmente ligada com a parte de planejamento das cidades, políticas públicas. Os dados coletados agora vão servir de base para os gestores pelos próximos dez anos”, pondera o coordenador.
Este é o primeiro censo totalmente digital, da coleta à transmissão, acompanhamento, armazenamento e processamento dos dados. “As informações estão totalmente protegidas”, garante José. Outro ponto frisado pelo coordenador é que as pessoas sejam sinceras nas respostas e ressalta que os resultados são totalmente para fins estatísticos.
“É proibido por lei que sejam utilizados para outros meios. Os dados são públicos desde que não identifiquem o autor da resposta”, aponta.
Além da coleta presencial e do autopreenchimento pela Internet, será possível responder ao censo também pelo telefone. De qualquer forma, é preciso que o recenseador visite o domicílio para captar a coordenada e fazer o contato com o morador ao menos uma vez.
Os recenseadores estarão sempre uniformizados, com o colete do IBGE, boné do censo, crachá de identificação e o dispositivo móvel de coleta. É possível confirmar a identidade do agente no site respondendo.ibge. gov.br ou pelo telefone 0800 721 8181.
Para realizar a confirmação, o cidadão deve fornecer o nome, matrícula ou CPF do recenseador.