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Cotidiano | Viver com saúde Dermatologia

Unhas revelam quando algo não está bem internamente

Dermatologista deve ser procurado sempre que houver alterações, seja nas unhas das mãos ou dos pés

Por Susi Mello
Publicado em: 13.11.2017 às 08:45 Última atualização: 13.11.2017 às 11:31

Gabriela da Silva/GES-Especial
Manicures devem utilizar materiais esterilizados

Manchas brancas, amareladas, azuladas, marrons, linhas horizontais, irregulares na superfície, encravadas e até que lascam. Essas são algumas das situações que podem ser encontradas nas unhas dos pés e das mãos que, com o tempo, podem ir se agravando. Especialistas no tema dizem que são muitas as causas para essas situações. “As unhas, à semelhança da pele, podem expressar alterações internas do corpo”, diz a dermatologista Ariane Geller, associada da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS.


Divulgação/SBD
Ariane Geller, dermatologista
A profissional exemplifica que as manchas brancas, quando presentes nas lâminas ungueais, podem ser originadas por trauma ou por infecção por fungos. Já as linhas brancas e horizontais ou sulcos de Beau significam parada temporária no crescimento da unha. “Quando profunda, indica doença súbita e sua localização infere o momento em que ocorreu a doença. Sua presença é comum na inflamação crônica da cutícula, trauma ungueal e doença sistêmica que comprometam o crescimento das unhas”, salienta.

As cores também preocupam. As unhas amarelas podem acompanhar pacientes com doença renal crônica, as brancas ocorrem em pessoas com doença hepática crônica e as azuladas podem estar ligadas a quem tem doença pulmonar crônica. Já as linhas escuras sobre as unhas e linhas marrons estão presentes normalmente em pacientes de pele negra; também associada a uso de medicações, trauma, nevos melanocíticos (“sinais”) e ao melanoma.

Formatos

As irregularidades na superfície das unhas (rugosa e com depressões pontiagudas) estão associadas a doenças inflamatórias como alopecia areata, dermatite atópica, psoríase. Já as quebradiças podem sinalizar deficiência de vitaminas ou uso frequente de materiais de limpeza sem proteção das mãos. As que lascam, presentes em 30% das mulheres adultas, são ocasionadas por trauma repetido, idade avançada, umidade constante, detergentes, solventes ou acetona.

Unhas têm função de proteger


Susi Mello/GES-Especial
Suzana Gonçalves Medeiros, professora de podologia
A professora de podologia no cursos de Estética e Cosmética no Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Feevale, Suzana Gonçalves Medeiros, explica que a unha é um anexo cutâneo. Entre suas funções está a proteção. “Ela nos protege porque sela o nosso dedo. Se não tivesse unha, o local ficaria aberto e por ali poderia entrar fungos e bactérias”, explica. Além disso, as unhas têm a função de pinçar e fazer pressão para pegar algum objeto.

Mãos e pés

As mãos e suas unhas são acometidas principalmente por alergias, trauma e infecções, mas as fúngicas são menos comuns já que habitualmente lava-se e em seguida seca-se as mãos várias vezes ao dia. Já os pés são comumente infectados por fungos porque as pessoas usam sapatos fechados, dificultando o controle da umidade. “É importante lembrar que, assim como a mão, os pés e suas unhas são alvos de traumas repetidos nas mulheres que usam sapatos de bico fino ou apertados nas laterais e em pacientes que praticam corrida, gerando calosidades e descolamentos das unhas frequentes”, complementa a dermatologista Ariane Geller.

Como tratar


Susi Mello/GES-Especial
Rosane Frasão, podóloga
Os tratamentos dependerão das doenças presentes nas unhas. No entanto, vale lembrar que nem tudo que aparece nas unhas é infecção por fungos e, por isso, sempre se deve procurar um médico dermatologista para que seja definido diagnóstico e assim indicado seu tratamento. “O dermatologista deve ser procurado sempre que houver alterações nas unhas seja das mãos ou dos pés, ficando a cargo do podólogo a limpeza e orientação de cuidados relativos aos pés”, acrescenta Ariane Geller.

A podóloga Rosane Frasão, de Novo Hamburgo, salienta que as lâminas representam a organização do corpo humano equilibrada por meio de hormônios e hemácias (unidades morfológicas da série vermelha do sangue). Quando esses combatentes do corpo estão em falta, explica, os órgãos ficam em decadência. “O sofrimento é em função de traumas, estresse e até perdas emocionais”, exemplifica a podóloga, orientando que o importante é cuidar-se e se dedicar mais a si e para dentro de si. “E perceber quando está na hora de fazer uma visita ao profissional.”

Susi Mello/GES-Especial
Tabatta conta que lixa e passa base semanalmente em suas unhas das mãos


Apresentação é papel de manicure e pedicure

Manicure e pedicure são profissionais que cuidam da limpeza e melhor apresentação das unhas por meio da esmaltação. “Não estão habilitados a fazer diagnóstico e por isso incapacitados de realizar tratamentos”, informa a representante da SBD. A manicure Tabatta Cristina dos Santos Nunes, 23 anos, lixa e passa base semanalmente em suas unhas das mãos, mas confessa que nos pés seus cuidados são menores, uma vez ao mês. Ela, que esteve na Sul Beleza, feira que ocorreu na última semana na Fenac, em Novo Hamburgo, conta que depara-se com clientes que não têm o mesmo hábito de cuidar. “Há as que não dão atenção às unhas e aparecem com fungos ou quebradiças. Quando isso ocorre, eu recomendo que procurem um podólogo ou dermatologista. Sou só manicure”, comenta.

Cuidados no salão de beleza

O expert em unhas Tiago Baldissera, que participou da feira Sul Beleza, na última semana, salienta que homens e mulheres precisam ficar atentos às questões de biossegurança no local onde serão atendidos. A adoção de medidas por manicures e pedicures busca reduzir riscos à saúde, pois os profissionais irão desenvolver seu trabalho, esterilizando materiais na máquina de autoclave e usando produtos descartáveis, como luvas e lixas.


Gustavo Mittmann/Divulgação
Cris Nascimento, nail designer
Há 12 anos trabalhando na área, a nail designer Cris Nascimento deixa kits com itens separados para cada uma das clientes que atende e, ao invés de potinhos com água, utiliza algodão para umedecer as unhas. Ela usa sempre luvas de látex e esteriliza todos os materiais.

A partir da experiência no dia a dia, Cris observa que é comum clientes aparecerem com fungos nas unhas dos pés, mais do que nas mãos. “Se vejo que tem alguma coisa diferente, recomendo sempre que procurem um dermatologista”, conta. Cris diz que não é aconselhado ficar muito tempo com o esmalte, mas com frequência lhe procuram para os cuidados com os pés somente a cada 15 dias. Por isso, sugere, por vezes, fazer a limpeza e remoção de cutículas, mas deixar sem pintar por um tempo.

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